quarta-feira, 25 de julho de 2012

ALERTA VERMELHO - MAQUIAGEM VERDE


  

- O volume da coleta de recicláveis não sai do lugar. Por que?

- Além da ausência de infraestrutura de trabalho (saneamento descentralizado para resíduos sólidos trata da questão), os catadores não tem tido como encaminhar o material coletado, uma vez que as indústrias não compram o material reciclável brasileiro.

As indústrias vem importando a maior parte dos recicláveis a serem utilizados em suas produções porque sai MUITO mais barato do que comprar o reciclado brasileiro.  Assim, somente uma intervenção do governo - vontade política- colocaria a engrenagem a funcionar. Não é com doces palavras nem com conscientização que as indústrias cumprirão seu papel para fechar o ciclo da reciclagem de materiais: há de haver pressão sobre elas -  impostos e multas.
Na hora que se mexe no bolso, a consciência aflora. 

O jogo duplo do governo (em todas as três esferas) confunde as pessoas: 

A FACHADA: o governo faz a lei, 
A REAL: mas não viabiliza sua implementação. 

A FACHADA: estabelece prazos, 
A REAL: mas não cria pressão (proteção dos materiais brasileiros no caso das indústrias). 

A FACHADA: governo estimula empresas (que deixam de pagar impostos) a financiar projetos de educação ambiental  (excelente material para fazer marketing sem realizar um trabalho efetivo)
A REAL: esses projetos atingem uma ínfima parcela da população e a educação ambiental não acontece em grande escala (do ensino fundamental ao superior).


A REAL- A EDUCAÇÃO FORMAL nas escolas (do ensino fundamental ao nível superior) tem total condição de abraçar a questão, tendo a educação ambiental incluída na grade curricular e na prática sem depender da vontade de uma ou outra empresa de financiar projetos.

A REAL: ONGs acabam fazendo o trabalho de marketing enganoso para um trabalho que não é prioritário e nem de interesse real para o governo ou empresas. 

A REAL: As empresas do  lixo estão ganhando mais do nunca comprando cada vez mais toneladas de lixo IMPORTADO; participando da sórdida cadeia de financiamento de campanhas para eleger políticos que viabilizem seus negócios e lucros. ( vide caso da DELTA no escândalo do Cachoeira)

Reciclagem é política pública.




MAIS UMA LEI QUE NÃO PEGOU?


Washington Novaes – 13.07.12

Teremos mais uma "lei que não pegou", a que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (12.305/10)? Aprovada pelo Congresso Nacional, a lei deu prazo até o próximo dia 2 de agosto para que todos os 5.565 municípios apresentem ao governo federal planos e ações para essa área, consolidados em cada um no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, sem o qual não poderão receber transferências voluntárias de recursos da União. Quantos municípios o terão apresentado? Certamente, uma minoria ínfima. Porque os planos deverão determinar o fim dos "lixões" (que são mais de 2.900 em 2.810 municípios), a logística reversa (para recolhimento de embalagens pelos geradores), planos de coleta seletiva em todos os municípios (só 18% deles os têm para pequenas partes do lixo, menos de 1,5% vai para usinas públicas; a Holanda recicla 80%), possíveis consórcios intermunicipais. Isso quando se afirma que o País gera por dia mais de um quilo de lixo domiciliar por pessoa, mais de 200 mil toneladas/dia, mais de 60 milhões de toneladas/ano.
Diz o Ministério do Meio Ambiente que não prorrogará o prazo. Mas, na verdade, a lei começou a não ser cumprida ainda no Congresso, quando o relator do projeto aprovado na Câmara dos Deputados, senador Demóstenes Torres, em combinação com outros senadores, suprimiu do projeto o dispositivo que só permitia incineração do lixo se não houvesse outra possibilidade - reaproveitamento, reciclagem, aterramento - e não o devolveu à Câmara, como manda a legislação; mandou direto para o então presidente Lula, que o sancionou. Ante os protestos de cooperativas de recolhimento e reciclagem, prometeu mudar na regulamentação da lei - mas não o fez. O panorama brasileiro na área é constrangedor. Metade do lixo domiciliar total, que é orgânico, poderia ser compostada e transformada em fertilizantes (para canteiros, jardins, parques, replantio de encostas, etc.), mas é sepultada e apressa o fim dos aterros, assim como centenas de milhares de toneladas anuais de resíduos agroindustriais (aproveitáveis para gerar energia). Uma ideia brutal do desperdício é o recém-fechado Aterro de Gramacho (RJ), onde, ao longo de 34 anos, se formou uma montanha de 70 metros de altura e 1.300 quilômetros quadrados de resíduos, sem coleta de chorume e metano (l8 mil metros cúbicos por hora). Para servir ao Rio de Janeiro e mais quatro municípios.
Com tantos desperdícios as despesas municipais com o lixo vão para as alturas. A cidade de São Paulo, por exemplo, já próxima de 18 mil toneladas diárias, só em varrição gasta R$ 437 milhões anuais para pagar a cinco empresas de limpeza de ruas (Estado, 28/11/2010). Ainda assim, segundo o IBGE, o lixo espalha-se nas ruas onde estão as casas de 4% dos paulistanos, perto de 500 mil pessoas (Folha de S.Paulo, 6/7). E 400 toneladas a cada dia têm ido parar na Represa Billings (Estado, 28/11/2010). O custo de um novo aterro para a cidade foi orçado (26/3/2010) pelas empresas de limpeza em mais de R$ 500 milhões, para receber apenas 2 mil toneladas diárias.
Não é um drama paulistano apenas, é global. O mundo, diz a revista New Scientist (4/8/2010), já produz mais de um quilo de resíduos por pessoa por dia nas cidades, 4 milhões de toneladas diárias, mais de 1 bilhão de toneladas anuais. É um dos componentes da insustentabilidade do consumo global, tão discutida na recente Rio+20. O desperdício na maior cidade norte-americana é de um quarto a um terço dos alimentos, em cujos produção, distribuição e processamento são consumidos 15% da energia total no país (e este, com 5% da população mundial, consome 20% da energia total). Cada família desperdiça US$ 600 por ano com alimentos que nem chega a consumir.
Será inútil esperar que o Ministério do Meio Ambiente possa socorrer os municípios que disserem não ter recursos para cumprir a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Seu orçamento total para este ano (Contas Abertas, 2/7) não passa de R$ 4,1 bilhões, menos de 1% do Orçamento da União, e está contingenciado em R$ 1,1 bilhão. Não tem recursos sequer para suas tarefas básicas, para a fiscalização, para quase nada.
Continuará o desperdício. Já tem sido mencionado neste espaço estudo da Unesp-Sorocaba em Indaiatuba (125 mil habitantes) que mostrou serem reutilizáveis ou recicláveis 91% dos 135 mil quilos diários de resíduos domiciliares levados ao aterro (apressando o seu esgotamento). Experiências em Goiânia e outros lugares já demonstraram que com coleta seletiva adequada, reciclagem (papel, papelão, PVC), revenda de materiais (alumínio e outros metais, vidro, madeira), compostagem de lixo orgânico é possível reduzir a apenas 20% os resíduos encaminhados a aterros (prolongando a sua vida útil).E ainda não se está falando de resíduos de construções (que costumam ter tonelagem maior que a do lixo domiciliar), lixo industrial, resíduos de estabelecimentos de saúde e outros, cujos custos de recolhimento e disposição final costumam correr por conta das prefeituras.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente até já reduziu exigências para implantar aterros que substituam lixões. Mas não parece provável que se tenha evoluído na área. Mesmo porque persiste uma pressão para que os municípios, principalmente os maiores, adotem como caminho - caro e perigoso - a incineração de resíduos, que implica também a necessidade de gerar cada vez mais lixo. Quase todas as grandes empresas da área de coleta de resíduos - que são das maiores financiadoras de campanhas eleitorais no País - têm hoje empresas de incineração. Em ano eleitoral, então, a sedução e a pressão parecem irresistíveis. Mas o caminho ideal seria que cada gerador de resíduos (domiciliar, industrial, da construção, agrícola, etc.) passasse, por lei, a ser responsabilizado pelos custos proporcionais do que gera - como se faz em todos os países que evoluíram nessa área.
* JORNALISTA, E-MAIL: WLRNOVAES@UOL.COM.BR


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Revolução dos Baldinhos... revés não impede continuidade do propjeto


Saneamento Descentralizado para Resíduos Sólidos
O sucesso da Revolução dos Baldinhos
E o caso da remoção do composto...revés que não impediu a continuidade do projeto!

O mercúrio das lâmpadas fluorescentes: perigo ambiental que passa quase despercebido



Perigo ambiental nos contêineres de lixo

O mercúrio das lâmpadas fluorescentes: perigo ambiental que passa quase despercebido

Contêiner de lixo domiciliar (orgânico) na rua João Telles, bairro Bom Fim, em Porto Alegre. Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Quase todos reconhecem que a colocação de contêineres para recolhimento automatizado de lixo orgânico em Porto Alegre foi uma grande avanço para a limpeza de nossas ruas. O grande problema que essa ação não foi acompanhada de uma campanha realmente esclarecedora de nossa prefeitura sobre o lixo, os tipos de lixo que devem ser colocados nos contêineres, como separar o lixo reciclável e como descartar os tipos de resíduos que não se enquadram como orgânicos ou recicláveis.
Lâmpadas fluorescentes em um contêiner de lixo orgânico no bairro Bom Fim. Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Em virtude da ignorância da população sobre o descarte do lixo, especialmente os perigosos para o meio ambiente, todo os tipos de lixo estão sendo colocados nos contêineres para lixo orgânico.
De quem é a responsabilidade? Certamente de nossos administradores públicos que preferem gastar verbas públicas em propaganda institucional da própria prefeitura ou festividades que melhoram a visibilidade política da administração que em esclarecer a população sobre os perigos que a maioria não percebe.
No contêiner de lixo orgânico também lixo recicláver e materiais perigosos como lâmpadas fluorescentes. Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
O perigo do descarte inadequado das lâmpadas fluorescentes
As lâmpadas que iluminam nossas casas parecem simples e inofensivas. Entretanto, após utilização ou queima, seu descarte inadequado no meio ambiente representa perigo à contaminação por mercúrio, metal altamente tóxico e bioacumulativo nos organismos vivos.
As lâmpadas fluorescentes, especialmente as compactas, são largamente associadas com um comportamento mais verde e mais ecologicamente correto.
A sua grande vantagem é que elas gastam menos energia.
A grande desvantagem dessas lâmpadas – também conhecidas como lâmpadas PL – é que cada uma delas tem mercúrio em seu interior, um metal pesado com pesadíssimos efeitos sobre a saúde humana.
Apesar da quantidade de mercúrio em cada lâmpada individual não ser grande, o risco pode ser maior do que considerado até agora.
Liberação contínua de mercúrio
O problema é que, uma vez quebrada, uma lâmpada fluorescente libera vapor de mercúrio continuamente no ar – durante semanas e até meses.
E o valor total dessa emissão pode exceder os níveis seguros de exposição humana em lugares com pouca ventilação.
A conclusão é de dois pesquisadores da Universidade de Jackson, nos Estados Unidos.
Quando um lâmpada PL se quebra
A quantidade de mercúrio (Hg) que vaza de uma única lâmpada PL quebrada é menor do que o nível permitido pela legislação. Por isso, essas lâmpadas não são consideradas resíduos perigosos quando descartadas.
No entanto, Yadong Li e seu colega Li Jin descobriram que a quantidade total de vapor de mercúrio liberado de uma lâmpada compacta quebrada ao longo do tempo pode ser superior ao valor considerado seguro para a exposição humana.
Como as pessoas podem facilmente inalar o mercúrio em vapor, os autores sugerem a remoção rápida das lâmpadas fluorescentes compactas quebradas e a ventilação adequada do ambiente onde o acidente se deu.
“Este trabalho contém uma análise holística impressionante dos riscos potenciais associados com a liberação de mercúrio das lâmpadas fluorescentes compactas quebradas e aponta para potenciais ameaças à saúde humana, que nem sempre têm sido consideradas,” afirmou Domenico Grasso, da Universidade de Vermont, que não esteve envolvido com a pesquisa.
“O conteúdo de mercúrio nas lâmpadas fluorescentes compactas varia significativamente entre os fabricantes. Para as lâmpadas fluorescentes espirais mais populares, de 13 W, a quantidade total de mercúrio varia de 0,17 a 3,6 mg por lâmpada,” escrevem os cientistas.
Cuidados
Eles argumentam que os testes usados pelas autoridades de saúde não conseguem captar todo o risco potencial das lâmpadas compactas porque elas “liberam vapor de mercúrio continuamente quando se quebram.
A emissão pode durar semanas e até meses, e a quantidade total de mercúrio que pode ser liberado em vapor a partir das lâmpadas fluorescentes compactas mais novas muitas vezes pode exceder 1.0 mg,” afirmam.
“Como o vapor de mercúrio pode ser facilmente inalado pelas pessoas, a remoção rápida das lâmpadas fluorescentes compactas quebradas e a ventilação suficiente dos locais com ar fresco são fundamentais para proteger as pessoas de danos em potencial,” concluem.
O alerta do Ministério do Meio Ambiente britânico

Alerta do Ministério Britânico do Meio Ambiente

Já que nossas Secretarias do Meio Ambiente nada informam sobre os perigos das lâmpadas fluorescentes à população, devemos seguir as instruções do Ministério da Saúde britânico para evitar os graves danos causados pelo mercúrio à sua saúde e principalmente ao meio ambiente:
Lâmpadas de baixa energia, são perigosas quando se quebram! Em caso de quebra acidental todo mundo vai ter que sair da sala/quarto, pelo menos por 30 minutos, devido aos vapores tóxicos do Mercúrio que se espalham pelo ambiente!
As lâmpadas que contêm Mercúrio (venenoso), causam enxaqueca, desorientação, desequilíbrios e diferentes outros problemas de saúde quando seus vapores são inalados.
Em pessoas com alergias, causa problemas de pele e outras doenças graves se for tocado e/ou inalado.
Além disso, o ministério da saúde britânico alertou para não usar aspirador de pó para coletar os restos da lâmpada quebrada , pois a contaminação (por mercúrio) se espalhará em outras regiões da casa quanto você estiver usando o aspirador de pó novamente.
Como recolher/descartar os cacos da lâmpada
1) Se tiver em casa uma máscara descartável (daquelas usadas para proteção do vírus da Gripe H1N1), use-a evitando inalar o vapor do Mercúrio.
2) Use uma luva de borracha para pegar cuidadosamente os cacos da lâmpada quebrada, inclusive o que sobrou dela.
3) Coloque os cacos/sobras da lâmpada sobre um pano/flanela velha (nunca use jornal) embrulhando bem, e coloque (o pano com os cacos) dentro de um saco plástico. Amarre a boca do saco plástico.
4) Descarte o saco plástico (com os resíduos da lâmpada) em local adequado para descarte de baterias de celular ou pilhas comuns (algumas lojas e supermercados tem este serviço).
5) Passe adiante esta informação
Avisos:
O mercúrio é mais venenoso que o chumbo ou arsênico!
Contêineres de lixo orgânico não devem ser usados para o descarte de lixo altamente poluente como lâmpadas fluorescentes, pois o mercúrio contamina nosso solo e nossa água!
Fontes: