Perigo ambiental nos contêineres de lixo
22/07/2012 por poa resiste
O mercúrio das lâmpadas fluorescentes: perigo ambiental que passa quase despercebido
Contêiner de lixo domiciliar (orgânico) na rua João Telles, bairro Bom Fim, em Porto Alegre. Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Quase todos reconhecem que a colocação de contêineres para recolhimento automatizado de lixo orgânico em Porto Alegre foi uma grande avanço para a limpeza de nossas ruas. O grande problema que essa ação não foi acompanhada de uma campanha realmente esclarecedora de nossa prefeitura sobre o lixo, os tipos de lixo que devem ser colocados nos contêineres, como separar o lixo reciclável e como descartar os tipos de resíduos que não se enquadram como orgânicos ou recicláveis.
Lâmpadas fluorescentes em um contêiner de lixo orgânico no bairro Bom Fim. Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Em virtude da ignorância da população sobre o descarte do lixo, especialmente os perigosos para o meio ambiente, todo os tipos de lixo estão sendo colocados nos contêineres para lixo orgânico.
De quem é a responsabilidade? Certamente de nossos administradores públicos que preferem gastar verbas públicas em propaganda institucional da própria prefeitura ou festividades que melhoram a visibilidade política da administração que em esclarecer a população sobre os perigos que a maioria não percebe.
No contêiner de lixo orgânico também lixo recicláver e materiais perigosos como lâmpadas fluorescentes. Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
O perigo do descarte inadequado das lâmpadas fluorescentes
As lâmpadas que iluminam nossas casas parecem simples e inofensivas. Entretanto, após utilização ou queima, seu descarte inadequado no meio ambiente representa perigo à contaminação por mercúrio, metal altamente tóxico e bioacumulativo nos organismos vivos.
As lâmpadas fluorescentes, especialmente as compactas, são largamente associadas com um comportamento mais verde e mais ecologicamente correto.
A sua grande vantagem é que elas gastam menos energia.
A grande desvantagem dessas lâmpadas – também conhecidas como lâmpadas PL – é que cada uma delas tem mercúrio em seu interior, um metal pesado com pesadíssimos efeitos sobre a saúde humana.
Apesar da quantidade de mercúrio em cada lâmpada individual não ser grande, o risco pode ser maior do que considerado até agora.
Liberação contínua de mercúrio
O problema é que, uma vez quebrada, uma lâmpada fluorescente libera vapor de mercúrio continuamente no ar – durante semanas e até meses.
E o valor total dessa emissão pode exceder os níveis seguros de exposição humana em lugares com pouca ventilação.
A conclusão é de dois pesquisadores da Universidade de Jackson, nos Estados Unidos.
Quando um lâmpada PL se quebra
A quantidade de mercúrio (Hg) que vaza de uma única lâmpada PL quebrada é menor do que o nível permitido pela legislação. Por isso, essas lâmpadas não são consideradas resíduos perigosos quando descartadas.
No entanto, Yadong Li e seu colega Li Jin descobriram que a quantidade total de vapor de mercúrio liberado de uma lâmpada compacta quebrada ao longo do tempo pode ser superior ao valor considerado seguro para a exposição humana.
Como as pessoas podem facilmente inalar o mercúrio em vapor, os autores sugerem a remoção rápida das lâmpadas fluorescentes compactas quebradas e a ventilação adequada do ambiente onde o acidente se deu.
“Este trabalho contém uma análise holística impressionante dos riscos potenciais associados com a liberação de mercúrio das lâmpadas fluorescentes compactas quebradas e aponta para potenciais ameaças à saúde humana, que nem sempre têm sido consideradas,” afirmou Domenico Grasso, da Universidade de Vermont, que não esteve envolvido com a pesquisa.
“O conteúdo de mercúrio nas lâmpadas fluorescentes compactas varia significativamente entre os fabricantes. Para as lâmpadas fluorescentes espirais mais populares, de 13 W, a quantidade total de mercúrio varia de 0,17 a 3,6 mg por lâmpada,” escrevem os cientistas.
Cuidados
Eles argumentam que os testes usados pelas autoridades de saúde não conseguem captar todo o risco potencial das lâmpadas compactas porque elas “liberam vapor de mercúrio continuamente quando se quebram.
A emissão pode durar semanas e até meses, e a quantidade total de mercúrio que pode ser liberado em vapor a partir das lâmpadas fluorescentes compactas mais novas muitas vezes pode exceder 1.0 mg,” afirmam.
“Como o vapor de mercúrio pode ser facilmente inalado pelas pessoas, a remoção rápida das lâmpadas fluorescentes compactas quebradas e a ventilação suficiente dos locais com ar fresco são fundamentais para proteger as pessoas de danos em potencial,” concluem.
Alerta do Ministério Britânico do Meio Ambiente
Já que nossas Secretarias do Meio Ambiente nada informam sobre os perigos das lâmpadas fluorescentes à população, devemos seguir as instruções do Ministério da Saúde britânico para evitar os graves danos causados pelo mercúrio à sua saúde e principalmente ao meio ambiente:
Lâmpadas de baixa energia, são perigosas quando se quebram! Em caso de quebra acidental todo mundo vai ter que sair da sala/quarto, pelo menos por 30 minutos, devido aos vapores tóxicos do Mercúrio que se espalham pelo ambiente!
As lâmpadas que contêm Mercúrio (venenoso), causam enxaqueca, desorientação, desequilíbrios e diferentes outros problemas de saúde quando seus vapores são inalados.
Em pessoas com alergias, causa problemas de pele e outras doenças graves se for tocado e/ou inalado.
Além disso, o ministério da saúde britânico alertou para não usar aspirador de pó para coletar os restos da lâmpada quebrada , pois a contaminação (por mercúrio) se espalhará em outras regiões da casa quanto você estiver usando o aspirador de pó novamente.
Como recolher/descartar os cacos da lâmpada
1) Se tiver em casa uma máscara descartável (daquelas usadas para proteção do vírus da Gripe H1N1), use-a evitando inalar o vapor do Mercúrio.
2) Use uma luva de borracha para pegar cuidadosamente os cacos da lâmpada quebrada, inclusive o que sobrou dela.
3) Coloque os cacos/sobras da lâmpada sobre um pano/flanela velha (nunca use jornal) embrulhando bem, e coloque (o pano com os cacos) dentro de um saco plástico. Amarre a boca do saco plástico.
4) Descarte o saco plástico (com os resíduos da lâmpada) em local adequado para descarte de baterias de celular ou pilhas comuns (algumas lojas e supermercados tem este serviço).
5) Passe adiante esta informação
Avisos:
O mercúrio é mais venenoso que o chumbo ou arsênico!
Contêineres de lixo orgânico não devem ser usados para o descarte de lixo altamente poluente como lâmpadas fluorescentes, pois o mercúrio contamina nosso solo e nossa água!
Fontes:
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